Neri Geller, ex-secretário de Políticas Agrícolas, declarou que foi pressionado pelo governo para organizar o leilão de 263 mil toneladas de arroz importado, que acabou sendo cancelado devido a suspeitas de irregularidade. Ele afirmou que a condução do processo foi inadequada e que a decisão de leiloar uma quantidade tão grande de arroz veio da Casa Civil em conjunto com o então ministro Carlos Fávaro. "Foi mal conduzido, em um momento de egos aguçados", disse Geller. "A quantidade foi uma decisão da Casa Civil junto com o ministro Fávaro."
Geller destacou que o assunto foi tratado inteiramente no gabinete ministerial e que ele não participou da decisão. "O ministro puxou esse assunto 100% para o gabinete. Mas quem decidiu obviamente não fomos nós", afirmou. Ele também comentou que está sendo usado como "bode expiatório" pelo fracasso do leilão. "Se lá atrás não teve problema nenhum, agora nesse edital, porque ele é politizado, eu vou sair como bode expiatório? Não, não vou aceitar de forma nenhuma", concluiu Geller.
O leilão, que deveria ocorrer na terça-feira, foi anulado na véspera devido às suspeitas de irregularidade, levantando questões sobre a transparência e a legalidade do processo. A revelação de Geller expõe a complexidade e as disputas internas que influenciaram a condução do leilão, trazendo à tona a necessidade de uma investigação mais aprofundada sobre as decisões e os responsáveis envolvidos.