O jornalista chinês Dong Yuyu, de 62 anos, foi condenado nesta sexta-feira (29), a sete anos de prisão por espionagem por um tribunal de Pequim. A acusação surgiu após uma reunião do jornalista com um diplomata japonês em fevereiro de 2022. Dong, ex-editor do Guangming Daily, ligado ao Partido Comunista da China, foi preso sem mais explicações, e sua família agora denuncia a "grave injustiça" da sentença, que, segundo eles, não se baseia em provas concretas. A condenação gerou indignação em todo o mundo, principalmente devido à forma arbitrária como o processo foi conduzido.
A acusação contra Dong envolve a alegação de que ele teria realizado atividades de espionagem, uma acusação que também envolve o diplomata japonês com quem se encontrou. A família de Dong expressou surpresa ao saber que as autoridades chinesas rotularam a embaixada japonesa como uma "organização de espionagem", considerando absurda a acusação sem qualquer fundamentação. "Estamos surpresos com o fato de as autoridades chinesas rotularem descaradamente uma embaixada estrangeira como uma 'organização de espionagem'", disseram os parentes do jornalista, questionando a credibilidade do processo judicial.
O caso gerou reações internacionais, com organizações de liberdade de imprensa pedindo a libertação de Dong. O Clube Nacional de Imprensa dos Estados Unidos, por exemplo, criticou o veredito, afirmando que a condenação ameaça as relações diplomáticas entre os países e a liberdade de expressão na China. O país, que ocupa o 172º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa 2024, se vê cada vez mais isolado em termos de liberdade jornalística. A falta de transparência no julgamento de Dong reflete um cenário de crescente repressão à imprensa e à dissidência.
Com a condenação de Dong, as tensões diplomáticas entre China e Japão podem aumentar, e a pressão internacional sobre o regime chinês tende a crescer. Organizações globais devem continuar monitorando o caso, e a detenção do jornalista pode ser um alerta para outros profissionais da imprensa que atuam na China, onde as restrições à liberdade de expressão se intensificam. O caso de Dong também levanta questões sobre a verdadeira natureza do sistema judiciário chinês e sua relação com a liberdade de imprensa.