O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs a criação de uma moeda única para os países do Brics durante a Cúpula do bloco em Joanesburgo, em 2023. A ideia, que visa reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov. Segundo ele, a iniciativa brasileira gerou discussões e avanços entre os ministros de finanças e chefes de bancos centrais dos países do Brics, embora o projeto ainda precise de mais trabalho para se tornar realidade.
A criação de uma moeda comum poderia trazer sérias consequências econômicas para os países do bloco, incluindo uma reconfiguração dos sistemas financeiros e comerciais, com impactos no mercado global. A proposta busca enfraquecer o dólar, que atualmente domina o comércio internacional, mas isso não deve ser uma tarefa fácil. Para que a moeda do Brics funcione, seria necessário o apoio de todos os países envolvidos e a implementação de novos mecanismos financeiros, o que exige tempo e uma grande coordenação entre as nações.
A ideia gerou uma reação imediata do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, em post na rede social Truth, ameaçou retaliações severas. Trump afirmou que os países do Brics enfrentariam tarifas de 100% caso seguissem adiante com a criação da moeda. “Eles podem encontrar outro otário!” escreveu o republicano, deixando claro que os EUA não tolerariam qualquer movimento que desafiasse o domínio do dólar na economia global. As ameaças indicam que, se o bloco avançar nesse projeto, poderá enfrentar sérias repercussões no comércio com os Estados Unidos.
Se o projeto de Lula for adiante, os países do Brics podem ser forçados a tomar decisões difíceis sobre o futuro de suas relações com os Estados Unidos e o impacto econômico dessa nova moeda. O avanço do plano pode intensificar as tensões geopolíticas e levar a um novo alinhamento econômico global, o que tornaria as negociações internacionais mais complexas e desafiadoras. O futuro do bloco dependerá da capacidade de seus membros de manter a unidade diante das pressões externas e internas.