Em uma série de acusações graves, dez homens, entre 24 e 38 anos, afirmaram ser vítimas de assédio e abuso sexual por Alysson Mascaro, professor de Direito na Universidade de São Paulo (USP). Os relatos foram feitos ao site The Intercept Brasil e incluem episódios de condutas inadequadas, beijos forçados e até estupro. As denúncias se referem a casos que ocorreram entre 2006 e o início de 2024. Mascaro, amplamente reconhecido como uma referência no pensamento marxista no Brasil, é também autor de livros e influente nas redes sociais, com um canal no YouTube que conta com mais de 50 mil seguidores.
A maioria das vítimas revelou que conheceu o professor por meio do Grupo de Pesquisa Crítica do Direito e Subjetividade Jurídica, vinculado ao Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da USP. Segundo as denúncias, Mascaro abusava de sua posição de poder, oferecendo apoio profissional em troca de favores sexuais.
Vítimas também relataram intimidação por parte de colegas próximos ao professor, que estariam cientes de seu comportamento e até apagam comentários em suas redes sociais que sugerem o assédio de alunos.
As acusações têm gerado reações fortes no meio acadêmico e entre as vítimas, que se sentem traídas pela falta de ação por parte de colegas e autoridades da universidade. As vítimas compartilharam documentos e prints de conversas como parte da evidência, mas optaram por não se identificar por medo de represálias.
A defesa de Alysson Mascaro negou as acusações, alegando que as denúncias são baseadas em relatos falsos e sem fundamento, e que já estão sob investigação policial. A USP, por meio de uma nota, afirmou que não havia sido formalmente informada sobre os fatos, mas garantiu que, caso haja denúncias formais, um procedimento administrativo será instaurado.