Na segunda-feira (2), o ativista de oposição à ditadura cubana, Manuel de Jesús Guillén, foi encontrado morto na prisão do Combinado Del Este, em Havana, onde cumpria uma sentença de seis anos de prisão. Guillén foi detido após participar dos protestos de 11 de julho de 2021 contra o governo de Miguel Díaz-Canel. Embora a autópsia oficial indique que ele faleceu por asfixia por enforcamento, a mãe do ativista, Dania María Esplugas, contesta essa versão e afirma que o filho foi torturado até a morte pelos funcionários da prisão.
De acordo com a ONG Justicia 11J, Guillén estava sendo mantido em condições precárias, em um local infestado por ratos e insetos, junto a presos de alta periculosidade. A organização também relatou que os carcereiros se recusaram a fornecer tratamento médico para doenças como escabiose, que Guillén havia contraído devido à falta de higiene. Sua saúde havia piorado ao ponto de ele apresentar um quadro visível de emagrecimento extremo. Segundo a ONG, ele foi submetido a condições desumanas até sua morte.
A denúncia de tortura ganha força com as palavras de Dania, que descreve seu filho como "tão doce, tão lindo", e afirma que "eles o mataram". Ela relatou que, ao receber o corpo de Manuel, as roupas que ele usava estavam manchadas de urina e tinham pegadas enlameadas, indicativos de agressão. Além disso, ela afirmou que ele tinha marcas visíveis no pescoço, costas e braços, sugerindo que ele tenha sido espancado antes de sua morte, que teria sido encenada para parecer um suicídio.
Este caso tem gerado indignação tanto em Cuba quanto internacionalmente. A morte de Manuel de Jesús Guillén traz à tona as acusações frequentes de abuso e tortura no sistema prisional cubano, especialmente contra dissidentes políticos. O desfecho do caso pode aumentar a pressão internacional sobre o regime de Havana, exigindo investigação sobre as circunstâncias da morte e uma resposta mais firme das autoridades cubanas.
Com informações de Pleno News.