O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, usou suas redes sociais nesta terça-feira (3) para criticar duramente o pacote fiscal anunciado pelo governo Lula e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em um vídeo compartilhado com seus seguidores, Ciro afirmou que a medida, que promete ajuste fiscal para equilibrar as contas do país, é na verdade uma "falácia", que impactará negativamente os brasileiros, especialmente os mais pobres. Segundo o político, o verdadeiro efeito do pacote será o aumento do arrocho salarial e a continuidade dos benefícios para os ricos, com destaque para a pouca efetividade na isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.

O ajuste fiscal, de acordo com Ciro Gomes, não passa de uma tentativa de enganar a população, ao prometer alívio fiscal para os mais pobres e uma taxação mais pesada sobre os ricos. O ex-ministro destacou que, embora o governo tenha anunciado um corte de R$ 327 bilhões até 2030, a maior parte da economia virá de quem menos tem. Ele criticou a decisão de cortar R$ 110 bilhões do salário mínimo e R$ 42 bilhões da educação, além de adiar os benefícios como a isenção do imposto de renda. Ciro ainda ressaltou a situação alarmante da dívida pública, que já ultrapassou R$ 9 trilhões, com uma pressão crescente dos credores.

As reações a essas críticas têm sido mistas, com muitos apoiadores do governo refutando a visão de Ciro, enquanto opositores do PT reforçam o tom alarmista. A fala do ex-governador repercutiu principalmente entre os críticos da gestão fiscal de Lula, que apontam o risco de uma crise econômica mais profunda, com a elevação das taxas de juros e a inflação mais alta. Ciro alertou que o modelo econômico atual, adotado desde 1999, já se mostrou insustentável e que os pobres serão os mais prejudicados, enquanto uma minoria de rentistas se beneficia com os altos juros pagos pelo governo.

Ciro convocou os brasileiros a se aprofundarem nas análises do pacote fiscal e considerarem alternativas para o país, sugerindo que o modelo econômico vigente pode estar comprometendo o futuro do Brasil.