O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a retomada de uma licitação de R$ 197 milhões da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para contratação de empresas que cuidarão da comunicação digital do governo Lula. O processo havia sido suspenso em julho de 2024 após uma suspeita de fraude, quando o sigilo das propostas foi violado. Um código cifrado foi revelado antes do fim da licitação, indicando possíveis irregularidades no certame.
Apesar das suspeitas e da polêmica que envolveu a violação do sigilo, o ministro Aroldo Cedraz decidiu que não havia provas suficientes para continuar a investigação e afirmou que o processo poderia seguir sem correções. Cedraz admitiu que, embora houvesse "robustos indícios" de violação, não foi possível comprovar a fraude, e o caso foi arquivado. A decisão permitiu que o governo avançasse com a contratação das agências, que terão a tarefa de gerenciar as redes sociais e a imagem pública do presidente.
O episódio também gerou uma reviravolta política: Paulo Pimenta, que estava à frente da Secom, foi pressionado pela situação e anunciou sua saída do cargo no início da semana. O publicitário Sidônio Palmeirana assumirá a função com o desafio de reorganizar a comunicação do governo, garantindo que "expectativa, gestão e percepção popular" se alinhem. Palmeirana, que tomará posse na próxima semana, prometeu trabalhar para melhorar a imagem do governo e reverter os impactos negativos da crise.
Com a licitação retomada, a contratação de empresas de comunicação digital segue sendo uma das maiores polêmicas do governo Lula. O uso de R$ 197 milhões de recursos públicos em um processo tão sensível, especialmente em um momento de crise fiscal, continua sendo alvo de críticas.
Com informações do Estadão.