O clima no Partido dos Trabalhadores (PT) ficou ainda mais tenso após o prefeito de Maricá e vice-presidente do partido, Washington Quaquá, anunciar que vai denunciar a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, ao Conselho de Ética do PT. O motivo: a suposta indicação de um “funcionário fantasma” durante a gestão da ministra na Prefeitura de Maricá. Quaquá revelou à imprensa que recebeu informações de que o funcionário foi contratado a pedido de Anielle. “Me mandaram um recado que havia sido contratado um funcionário fantasma a pedido dela. Sendo ou não dela, eu mandei abrir inquérito”, declarou o prefeito.
Quaquá também aproveitou a ocasião para criticar a postura de alguns aliados políticos, afirmando que tanto a esquerda quanto a direita possuem figuras comprometidas. “Infelizmente, na esquerda e na direita, temos esses santos de bordel. É por isso que o povo anda tão descrente em política”, completou. O prefeito, que já havia se manifestado em defesa do ex-ministro Silvio Almeida, também enfrentou críticas de Anielle em uma denúncia anterior que ele sofreu na Comissão de Ética do PT.
A acusação de Quaquá tem relação com o caso de Alex da Mata Barros, um consultor que, de acordo com informações, teria trabalhado para o Ministério da Igualdade Racial de Anielle Franco enquanto ainda estava oficialmente na Prefeitura de Maricá. Barros, que ocupava o cargo de assessor especial na autarquia de Serviços de Obras de Maricá (Somar), foi apontado como responsável pela consultoria do Projeto Gente Negra “Reconstrução e Desenvolvimento” em maio de 2024.
Em resposta às acusações, a ministra Anielle Franco se defendeu publicamente, negando qualquer irregularidade. Ela afirmou, em nota oficial, que as consultorias no Ministério foram realizadas de acordo com os padrões legais internacionais, com financiamento proveniente de recursos de cooperação internacional. “Não há ilegalidade em nenhuma consultoria de apoio ao Ministério da Igualdade Racial”, destacou. Anielle ainda classificou as alegações de Quaquá como “perseguição política e violência política”, prometendo responder à altura qualquer tentativa de desinformação.
Com informações de O Antagonista.