O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para 25 de março o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Primeira Turma da Corte, sob a presidência de Cristiano Zanin, analisará a acusação de tentativa de golpe de Estado em 2022 para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A denúncia, que envolve outros 33 acusados, foi encaminhada pelo ministro Alexandre de Moraes, que solicitou uma análise presencial.
Bolsonaro e os demais investigados enfrentam acusações de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e organização criminosa. A decisão será tomada pelos ministros Zanin, Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. O processo avança em ritmo acelerado, uma vez que foi aberto em fevereiro de 2024 e será julgado pouco mais de um ano depois, um prazo incomum para a Justiça brasileira.
O ex-presidente criticou a celeridade do julgamento e comparou com casos internacionais. Segundo ele, nos Estados Unidos, as acusações contra Donald Trump levaram quase cinco anos para serem formalizadas e acabaram enfraquecidas pelo resultado eleitoral. Ele também citou um processo semelhante na Alemanha que ainda tramita na primeira instância. Bolsonaro argumentou que, no Brasil, o Judiciário é um dos mais lentos do mundo, mas que, nesse caso, a Justiça opera de maneira "impressionantemente rápida".
Para Bolsonaro, a velocidade do processo é influenciada por sua posição política e pelas pesquisas eleitorais. Ele afirmou que o país tem um dos piores rankings globais de Estado de Direito e que o uso do Judiciário como arma política ainda causa escândalo em outros países. O ex-presidente insinuou que o julgamento acelerado ocorre devido ao seu favoritismo nas pesquisas para a eleição de 2026, levantando suspeitas sobre a imparcialidade do STF.