A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) lamentou nesta quinta-feira (13) a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na perda do seu mandato. Em publicações nas redes sociais, a parlamentar classificou a mudança como uma "injustiça" e criticou a interferência na composição da Câmara dos Deputados. Segundo ela, a medida prejudica a representatividade da região Norte e cria precedentes perigosos para a democracia.
O STF formou maioria de 8 votos a 3 para estabelecer que a nova regra de distribuição das sobras eleitorais deveria ser aplicada retroativamente às eleições de 2022. A mudança anulou cadeiras de parlamentares eleitos e beneficiou outros candidatos que não haviam atingido a cláusula de desempenho. Com isso, sete deputados perderam seus mandatos, sendo quatro somente no Amapá. A decisão favorece diretamente aliados do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Silvia Waiãpi, que se define como "mulher indígena de direita", afirmou que desde o início do mandato sofreu perseguições e ataques políticos. A deputada também lembrou que, recentemente, foi alvo de ameaças de morte após ser indicada para representar a Câmara em debates sobre o Marco Temporal junto ao STF. Para ela, a decisão reforça uma discriminação contra parlamentares do Norte e ignora a vontade popular expressa nas urnas.
A decisão do STF gerou forte repercussão entre parlamentares e setores políticos. Nos bastidores, há críticas ao fato de a corte modificar retroativamente regras eleitorais, afetando mandatos já conquistados. A Câmara chegou a solicitar a suspensão do julgamento para uma nova manifestação do Legislativo, mas o pedido foi rejeitado por nove dos onze ministros. Enquanto isso, Silvia Waiãpi promete continuar na política e afirma que seguirá lutando pela representatividade do Norte e pela soberania nacional.