Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo confirmou que a adolescente Vitória Regina, de 17 anos, morreu devido a um choque hipovolêmico, desencadeado por uma hemorragia intensa após um corte profundo no pescoço. Essa condição ocorre quando há uma perda excessiva de sangue, impedindo que o coração bombeie oxigênio suficiente para os órgãos vitais, o que leva rapidamente à falência múltipla de órgãos e, consequentemente, ao óbito.

O choque hipovolêmico acontece quando o corpo perde uma quantidade significativa de sangue ou líquidos, reduzindo drasticamente o volume circulante. Com menos sangue disponível, a pressão arterial cai, a circulação se torna insuficiente e órgãos essenciais, como cérebro, fígado e rins, deixam de receber o oxigênio necessário para funcionar. O quadro pode evoluir rapidamente e, se não tratado de forma emergencial, leva à morte. A gravidade da condição é classificada de acordo com a porcentagem de sangue perdido. Em estágios iniciais, o organismo tenta compensar a perda com aumento da frequência cardíaca, enquanto a pressão arterial se mantém relativamente estável. No entanto, conforme a perda sanguínea se agrava, os sintomas se tornam mais evidentes, incluindo tontura, confusão mental, suor frio, respiração acelerada e queda brusca da pressão arterial. Em casos críticos, como o de Vitória, há falência de múltiplos órgãos, perda de consciência e risco iminente de morte.

Diversas condições podem levar ao choque hipovolêmico. Entre as causas mais comuns estão hemorragias externas, como ferimentos profundos e cortes graves, hemorragias internas causadas por rompimento de órgãos, úlceras perfuradas e sangramentos gastrointestinais severos, além de desidratação extrema ou queimaduras extensas que resultam na perda significativa de líquidos corporais. No caso da jovem, o sangramento intenso provocado pelo corte no pescoço comprometeu suas funções vitais de maneira irreversível, impossibilitando qualquer chance de socorro eficaz.

O tratamento do choque hipovolêmico deve ser feito de forma emergencial, com a reposição imediata do volume sanguíneo por meio de transfusões ou administração de soro intravenoso. É essencial que a causa do sangramento seja controlada o mais rápido possível, e, em casos graves, pode ser necessário suporte ventilatório e internação em unidade de terapia intensiva. No entanto, quando há uma perda massiva de sangue em pouco tempo, como ocorreu com Vitória, as chances de reversão do quadro são extremamente reduzidas.

Enquanto as autoridades seguem apurando as circunstâncias do crime, a Polícia Civil já identificou três suspeitos. Maicol Sales dos Santos teve a prisão temporária decretada após apresentar contradições em seu depoimento. Ele afirmou estar em casa com a esposa no momento do crime, mas a mulher desmentiu essa versão. Além disso, um Toyota Corolla de sua propriedade foi identificado na cena do assassinato, com vestígios de sangue no porta-malas, que já foram encaminhados para exame de DNA. Outros dois suspeitos, Daniel Lucas Pereira e Gustavo Vinícius, que já tiveram envolvimento com Vitória, também estão sendo investigados. O delegado responsável pelo caso revelou que Daniel Lucas chegou a gravar imagens do local onde a vítima foi vista antes de desaparecer, o que levanta suspeitas sobre um possível planejamento do crime.