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Mistério: Arqueólogos descobrem dez crocodilos mumificados em necrópole egípcia

A pesquisa sugere que os répteis foram embalsamados sem muitos dos procedimentos usados em humanos, o que pode indicar uma técnica específica para animais votivos.

Pablo Carvalho
Por: Pablo Carvalho
14/03/2025 às 11h31
Mistério: Arqueólogos descobrem dez crocodilos mumificados em necrópole egípcia

Uma equipe de arqueólogos belgas e espanhóis fez uma descoberta impressionante na necrópole de Qubbet el Hawa, no sul do Egito. Durante escavações em 2019, eles encontraram dez crocodilos mumificados, sendo cinco esqueletos quase completos e cinco cabeças. A descoberta, publicada recentemente na revista PLOS One, revela detalhes sobre as técnicas de embalsamamento usadas pelos antigos egípcios e fornece pistas sobre a possível causa da morte dos animais.

Os crocodilos tinham um papel significativo na cultura egípcia antiga, sendo associados ao deus Sobek, divindade da fertilidade e da água. Além da veneração religiosa, os egípcios também conviviam de perto com esses animais, que eram temidos por sua agressividade. Os espécimes encontrados pertencem a duas espécies: o crocodilo do Nilo e o crocodilo da África Ocidental, medindo entre 1,8 e 3,5 metros de comprimento. Ataques de crocodilos ainda são um problema na África, com 115 mortes registradas apenas em 2023.

Diferente da mumificação tradicional, onde órgãos eram removidos e o corpo tratado com resina, os arqueólogos não encontraram sinais desse processo nos crocodilos descobertos. O linho que envolvia os animais se degradou com o tempo, e os corpos parecem ter se preservado naturalmente no calor seco do deserto. A pesquisa sugere que os répteis foram embalsamados sem muitos dos procedimentos usados em humanos, o que pode indicar uma técnica específica para animais votivos.

Os crocodilos provavelmente foram caçados no século V a.C. para serem sacrificados como oferendas a Sobek. Apesar de não haver marcas de ferimentos, vestígios de cordas sugerem que os animais foram amarrados e deixados para morrer de desidratação sob o sol escaldante. A descoberta reforça a complexidade dos rituais egípcios e a importância dos animais na religião da época, ajudando a compreender melhor as práticas funerárias e espirituais da antiga civilização.

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