Pesquisadores descobriram em Megido, no norte de Israel, um conjunto incomum de cerâmicas egípcias e gregas que pode estar ligado ao exército do faraó Neco II. Segundo os arqueólogos, os achados reforçam a presença militar egípcia na região no final do século VII a.C., justamente no período em que o rei Josias foi morto, conforme descrito na Bíblia. A descoberta traz novas pistas sobre o contexto histórico da batalha que marcou a ruína do Reino de Judá.
As escavações, conduzidas por especialistas da Universidade de Haifa e da Universidade Ben-Gurion, revelaram um edifício com cerâmicas importadas do Egito e da Grécia Oriental, possivelmente usadas por soldados egípcios e mercenários gregos. Essa presença estrangeira em Megido reforça a hipótese de que o local serviu como uma base militar egípcia durante a campanha de Neco para apoiar o decadente Império Assírio. Estudos petrográficos confirmaram que os artefatos vieram do Egito, descartando a hipótese de produção local.
Megido, uma cidade historicamente disputada, foi um dos principais centros do Reino de Israel antes de ser conquistada pelos assírios no século VIII a.C. Após a retirada dos assírios, os egípcios ocuparam a região, e foi nesse contexto que Josias tentou bloquear o avanço de Neco. Embora a Bíblia não detalhe a motivação do faraó para matá-lo, o evento teve grandes repercussões históricas, abrindo caminho para a dominação babilônica e a destruição de Jerusalém em 586 a.C.
A morte de Josias se tornou um marco na tradição messiânica judaica e cristã. O local do confronto, o Monte Megido – conhecido como Armagedom –, passou a ser associado a profecias sobre a batalha final entre o bem e o mal. A nova descoberta arqueológica, ao fornecer evidências da presença egípcia e grega em Megido na época, fortalece as conexões entre esse episódio e os eventos que moldaram a história do Oriente Médio e das religiões abraâmicas.