A ex-diretora de Políticas Públicas Globais da Meta, Sarah Wynn-Williams, acusou Mark Zuckerberg e outros executivos de mentirem ao Congresso dos EUA e colaborarem secretamente com a China no desenvolvimento de inteligência artificial (IA). O testemunho ocorreu na quarta-feira (9), durante audiência no Senado americano.
Wynn-Williams, que trabalhou na empresa entre 2011 e 2018, afirmou que a Meta “repetidamente minou a segurança nacional dos EUA e traiu os valores americanos” para conquistar o favor do regime chinês. Segundo ela, a big tech ajudou a China a desenvolver tecnologias avançadas de IA enquanto escondia a prática de autoridades e do público.
De acordo com a ex-funcionária, os executivos buscavam construir um negócio de US$ 18 bilhões no país asiático e chegaram a repassar informações ao Partido Comunista Chinês desde 2015. “Estamos em uma corrida armamentista de IA contra a China e a Meta mentiu sobre suas ações para todos”, declarou.
Entre as alegações, Sarah destacou que o modelo de IA da Meta teria colaborado com avanços como o sistema DeepSeek. Ela também acusou a empresa de excluir a conta do dissidente chinês Guo Wengui, que vivia nos EUA, cedendo à pressão de Pequim. A Meta alegou violação das regras da plataforma.
Durante o depoimento, a autora do livro Careless People afirmou que Zuckerberg tentava parecer patriota enquanto atuava em favor da China. “O maior truque que Mark Zuckerberg já fez foi enrolar a bandeira americana em volta do corpo e dizer que não operava na China, enquanto construía um negócio de bilhões por lá.”
Wynn-Williams relatou ainda episódios considerados constrangedores: “Ele queria que o presidente da China desse o nome ao seu filho, estava aprendendo mandarim e censurava à vontade.” Segundo ela, o comportamento do CEO variava conforme o interesse político. “Zuckerberg usa muitas fantasias diferentes. O que o aproximar do poder, ele escolhe.”
O senador Josh Hawley, presidente da Subcomissão Judiciária do Senado sobre Crime e Contraterrorismo, presidiu a audiência. A fala da ex-executiva foi recebida com atenção após semanas de tensão entre EUA e China por questões de segurança e tecnologia.
Em nota enviada à Fox News Digital, a Meta rebateu as acusações, dizendo que o depoimento está “distanciado da realidade e repleto de alegações falsas”. A empresa destacou que não oferece atualmente seus serviços na China e que o interesse no mercado chinês foi publicamente discutido há mais de uma década.
Apesar das tentativas da empresa de desacreditar seu trabalho, o livro de Sarah figura entre os mais vendidos da Amazon nos EUA. A obra narra bastidores da big tech e acusações de conivência com regimes autoritários.
Com informações de Fox News.