Mensagens privadas do perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor direto de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram reveladas pela Gazeta do Povo após vazamento interno da Polícia Federal. O conteúdo, obtido por meio do celular apreendido em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), mostra que o perito temia ser preso ou morto pelo ministro. “Se eu falar algo, o Ministro me mata ou me prende”, escreveu em 31/3/2024.
As conversas foram extraídas pela própria PF durante a investigação, mas o vazamento sugere um movimento silencioso dentro da corporação. Fontes ouvidas reservadamente apontam que o conteúdo foi repassado à imprensa por policiais federais inconformados com os excessos do Judiciário. A divulgação não foi institucional, e sim uma espécie de alerta: há membros da PF que não aceitam mais a blindagem de figuras do Supremo.
O diálogo de Tagliaferro com sua esposa também revela o desejo de romper o silêncio. “Minha vontade é chutar o pau da barraca, jogar tudo para o alto”, escreveu. Ele ainda manifestou a intenção de “contar tudo de Brasília antes de morrer”. O tom é de quem carrega um peso e teme por sua vida — como nos bastidores de uma máfia onde traição se paga com punição exemplar.
A divulgação escancara um racha interno: policiais federais que investigam estão sob comando de ministros que podem ser parte do problema. A pergunta que surge é: quantos mais dentro da PF estão dispostos a desafiar esse pacto de silêncio?