A Conafer, entidade ligada à esquerda, é acusada de realizar descontos até 180% superiores ao autorizado por aposentados e pensionistas do INSS, segundo relatório da Polícia Federal. Os valores, muito acima do permitido, foram repassados diretamente da aposentadoria das vítimas para os cofres da associação.
A Controladoria-Geral da União identificou, em documento citado pela PF, 17 beneficiários com descontos que superaram em até 180% o que teriam autorizado. Em seis desses casos, por exemplo, o valor autorizado era de R$ 28,24, mas a cobrança real foi de R$ 79,06 — um acréscimo brutal sem respaldo legal.
Entre 2019 e 2024, os descontos aplicados pela Conafer saltaram de R$ 400 mil para R$ 277 milhões. Somente entre abril e julho de 2020, no auge da pandemia, a entidade incluiu descontos em mais de 73 mil benefícios — um ritmo de cerca de 600 filiações forçadas por dia.
O relatório aponta que mesmo com a diretoria do INSS tentando cortar acordos suspeitos, os servidores teriam sido ameaçados. A denúncia relatava “ameaças” feitas contra quem tentava auditar os contratos da Conafer, revelando um ambiente de intimidação e blindagem.
Apesar de ser alvo da PF e da CGU, a Conafer foi deixada de fora da ação judicial da AGU que pede o bloqueio de bens para ressarcir os lesados. A Advocacia-Geral da União focou em 12 entidades, com base em investigação aberta pelo INSS em segunda-feira (5), ignorando a principal beneficiária dos repasses.
Procurada pela imprensa, a Conafer não se manifestou até a publicação da reportagem. O caso reacende o debate sobre a responsabilidade do governo Lula na fiscalização desses repasses. Parlamentares já apontam que certas entidades "tomaram gosto" pelo esquema e continuaram operando mesmo sob suspeita.
Com informações da CNN.