A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) parece não ter trégua na sua cruzada contra Débora Rodrigues dos Santos, a cabeleireira que ficou conhecida por um ato de protesto singular: escrever com batom a estátua da Justiça.
Em uma decisão que ecoa como mais um capítulo de um roteiro implacável, a primeira turma formou maioria para negar um recurso da defesa, mantendo a condenação a 14 anos de prisão pelos atos de 8 de janeiro. Alexandre de Moraes, o relator, junto com Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, carimbaram a decisão, mostrando que, para a corte, o "perdeu, mané" ainda está engasgado.
A defesa de Débora, que busca clarear pontos obscuros da condenação, argumentou que a pena não considerou a confissão da acusada, nem o tempo que ela já cumpriu atrás das grades. Além disso, a cabeleireira se dedicou a atividades que poderiam reduzir sua pena, como cursos e até aprovação no Enem, evidenciando uma tentativa de ressocialização que, aparentemente, foi ignorada pelos ministros. A recusa do recurso por Moraes, que alegou não ser o caminho certo para essa revisão, soa como mais uma manobra de perseguição
Débora, que está em prisão domiciliar desde março, vive sob condições rigorosas: uso de tornozeleira eletrônica, proibição de redes sociais e de contato com outros envolvidos, e até mesmo a restrição de conceder entrevistas.