Que a Globo faz de tudo para atacar o presidente Jair Bolsonaro e seu governo, todo mundo já sabe. Quando não existe um fato positivo que ela pode distorcer, a emissora da família Marinho trata logo de criar algum factoide, além de dar alta voz a todas as pautas progressistas que causam repulsa a grande parte dos brasileiros.
Isso é parte de uma estratégia de engenharia social, mas com enormes pitadas de marketing. Entenda.
Em 2017 a globo reuniu sua equipe de marketing e criou uma campanha publicitária para tentar conter a tendência de queda de audiência que apontava para a perda da liderança em várias praças pelo Brasil. Alguns dados e pesquisas mostravam que a emissora carioca alcançava cerca de 100 milhões de pessoas todos os dias, somando a audiência da TV e dos seus meios digitais como portais e serviços de streaming.
Considerando um Brasil com cerca de 200 milhões de habitantes, a Globo concluiu que detinha poder de influência sobre metade dos cidadãos brasileiros. Segundo a análise de seus marqueteiros, isso já seria capaz de garantir-lhe liderança caso fidelizasse este público de alguma forma. Lançaram então a campanha “100 milhões de uns”. A mensagem fazia referência, de forma irônica, às críticas que a Globo recebia. "Uns gostam da gente. Uns dizem que não", diz ela, sugerindo que parte do público assiste à sua programação e discorda da linha editorial dos veículos.
A fator político foi decisivo neste contexto. Com o clima de polarização política criado nos últimos anos, com a metade conservadora dos brasileiros repudiando o posicionamento editorial e a linha dos programas de entretimento criados no Projac, a emissora decidiu fidelizar a outra metade do povo. Uma parte formada por pessoas favoráveis à ideologia de esquerda e por brasileiros menos esclarecidos. A partir deste momento, é possível notar um crescimento da presença homoafetiva nas novelas globais, além do aumento do espaço a ONGs com causas defendidas e apoiadas pelo grupo.
Como já tem metade dos brasileiros como audiência cativa, se a Globo mudar um milímetro de sua linha agressiva, buscando alinhamento com o governo Bolsonaro e o conservadorismo, ela entrará de vez numa queda livre de audiência e seu império irá ruir rapidamente.
Uma queda vertiginosa de audiência seria capaz de rever esta estratégia. Se cada brasileiro que apoia o atual governo e que ainda assiste à emissora deixasse de fazê-lo, os números obrigariam o grupo Globo a seguir uma linha menos agressiva, recuperando parte de seu conceito junto ao público conservador brasileiro.