O ministério Público Federal apresentou hoje (21) denúncia à 10ª Vara Federal de Brasília pedindo a condenação da quadrilha responsável por invadir os aparelhos celulares de autoridades brasileiras em 2019. Após quase seis meses de investigação e uma delação premiada, foram denunciados seis brasileiros e o jornalista americano Glenn Greenwald, suspeito de instruir os procedimentos do grupo enquanto o crime era praticado, além de orientar a destruição de provas.
Segundo o MPF, as investigações que embasam a denúncia tiveram início após representação do Ministro Sérgio Moro, que em 04 de junho de 2019 reportou às autoridades policiais a tentativa de hackeamento de seu aparelho celular. Moro entregou seu aparelho voluntariamente para perícia que comprovou a tentativa e deu início à procura pelos seus responsáveis.
Ao chegar nos aparelhos dos autores do hackeamento, a Polícia Federal descobriu que o jornalista Glenn Greenwald, de forma livre, consciente e voluntária, auxiliou, incentivou e orientou, de maneira direta, o grupo criminoso, durante a prática delitiva, agindo como garantidor do grupo, obtendo vantagem financeira com os crimes praticados.
A denúncia cita crime de associação criminosa e crime de interceptação telefônica, informática ou telemática, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. Glenn ainda pode ser processado por obstrução de justiça por orientar a destruição de provas.