No fim da tarde desta terça-feira (4), os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, detalharam o plano do Governo Federal para a repatriação dos brasileiros que estão localizados em Wuhan, China. A cidade é o epicentro do novo coronavírus, com 70% dos casos registrados até agora.
Duas aeronaves de uso exclusivo da Presidência da República partirão da Base Aérea de Brasília/DF, nesta quarta-feira (5), para a missão de repatriação. O primeiro grupo deve chegar de volta ao Brasil na manhã de sábado (8). Até o momento, cerca de 30 pessoas manifestaram o interesse de regressar ao País, entre elas sete crianças e quatro cidadãos chineses que têm parentesco com brasileiros que solicitaram a repatriação.
Antes de retornar, o grupo passará por exames prévios para checagem das condições clínicas de viagem. Ao chegar ao País, deverá permanecer em quarentena por 18 dias. "Ficou decidido que a quarentena será feita na Base Aérea de Anápolis (GO), que tem boas condições e, até a chegada dos brasileiros, ficará melhor ainda, dentro das condições sanitárias e de saúde que os protocolos estipulam", detalhou o ministro Azevedo. As instalações da base permitem o isolamento em apartamentos individuais em "área branca" para quem não tem sintomas; "área amarela" para quem tem qualquer intercorrência de saúde; e, caso necessário, uma "área vermelha" para uma evacuação aeromédica para o Hospital das Forças Armadas em Brasília (DF).
A quantidade de pessoas a serem repatriadas pode aumentar. Todos os brasileiros que demonstrarem interesse passarão por exames e por procedimentos. Os interessados devem entrar em contato com a embaixada brasileira em Pequim.
Além dos cidadãos brasileiros localizados em Wuhan, familiares imediatos também estão contemplados na missão, como brasileiros casados com chineses ou com filhos chineses. "Quem tiver sintomas [do novo coronavírus] não embarca", asseverou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Os brasileiros também devem preencher um documento confirmando que aceitam os termos da quarentena.
“Quando uma pessoa está em quarentena, ela é privada de um direito básico, que é o direito de ir e vir. É preciso pensar em como será a vida da pessoa até que ela seja liberada da quarentena. É preciso garantir que as pessoas que retornarão ao País tenham apoio médico, social e psicológico", destacou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
As duas aeronaves que serão usadas da missão têm capacidade para 30 passageiros, cada. A ideia é que haja um espaçamento suficiente entre as pessoas para diminuir possíveis contágios. Por exemplo, se forem transportadas somente as atuais 30 pessoas que solicitaram o repatriamento, elas seriam divididas em dois grupos de 15 pessoas, um grupo para cada aeronave. Além dos repatriados, as equipes médicas e tripulação que participam da operação também ficarão em quarentena.