
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS recebeu um depoimento explosivo que coloca Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula, no centro das investigações. Segundo o relato, conhecido como Lulinha, ele teria recebido valores milionários e mantido uma sociedade empresarial com Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", que está preso desde setembro.
O depoimento, de um ex-funcionário do empresário, aponta que Lulinha teria recebido uma quantia de 25 milhões, embora a moeda não tenha sido especificada. Além disso, seriam realizados pagamentos mensais de cerca de R$ 300 mil, sem um período definido. A suspeita é de que a sociedade estivesse ligada à World Cannabis, que vende Cannabis medicinal e é investigada por suposta lavagem de dinheiro da fraude no INSS.
A Polícia Federal (PF) está dividida sobre o rumo das apurações. Um grupo defende a aceleração da investigação para esclarecer o envolvimento de Lulinha no esquema de descontos indevidos em benefícios. Outra ala da PF, ligada ao governo, argumenta que é comum que pessoas usem a suposta proximidade com políticos para obter vantagens e tenta frear o avanço.
O ex-advogado de Lulinha, Marco Aurélio Carvalho, negou a acusação, classificando-a como "absolutamente pirotécnica e improvável" e uma tentativa de desgaste da imagem. O filho do presidente, que vive na Espanha, não retornou as tentativas de contato do portal Poder360. A CPMI ainda tentou convocar o depoente, mas foi impedida por parlamentares governistas em outubro.